Com o crescimento exponencial das tecnologias digitais e a migração em massa de operações para o ambiente virtual, a segurança cibernética tornou-se um pilar essencial para as empresas, independentemente do seu tamanho ou setor.
Não são apenas os estudos que demonstram o aumento das ameaças cibernéticas, mas também uma percepção comum e generalizada. Empresas em todo o mundo enfrentam ataques cada vez mais sofisticados e notórios, além daqueles que não são de conhecimento público.
Nesse contexto, a alfabetização digital — o processo de capacitar os funcionários para entender minimamente os aspectos dos ambientes cibernéticos e lidar com esses riscos — tem se mostrado uma ferramenta vital para proteger dados sensíveis e evitar danos catastróficos.
As estatísticas sobre segurança cibernética pintam um quadro alarmante. De acordo com o Relatório Global de Riscos do Fórum Econômico Mundial, os ataques cibernéticos estão entre os cinco maiores riscos para os negócios em nível global.
Empresas de todos os portes estão cada vez mais vulneráveis, e o custo total do cibercrime está projetado para atingir US$ 1,75 trilhão até 2025. Pequenas e médias empresas (PMEs), que muitas vezes não possuem sistemas de segurança robustos, são especialmente vulneráveis, representando grande parte das vítimas de ciberataques.
Em um cenário em que os ataques cibernéticos se tornam cada vez mais sofisticados, a alfabetização digital não é apenas desejável, mas essencial.
Além disso, o relatório da Verizon sobre Investigações de Violações de Dados de 2022 apontou que aproximadamente 82% dos ataques envolvem algum tipo de erro humano, como a abertura de links maliciosos ou o uso de senhas fracas. Esses dados destacam a importância de educar os funcionários para que compreendam e ajam proativamente contra essas ameaças.
A alfabetização digital em segurança cibernética envolve dotar os colaboradores das habilidades necessárias para reconhecer, evitar e responder adequadamente a ameaças cibernéticas. Isso abrange desde o conhecimento básico de ataques como phishing e malware até o uso de boas práticas de segurança, como senhas fortes e autenticação multifator.
Segundo a McAfee, um bom programa de alfabetização digital pode reduzir os riscos de ataques bem-sucedidos em até 70%.
Os principais componentes da alfabetização digital incluem:
•Reconhecimento de Ameaças: Identificar ataques comuns, como phishing, ransomware e fraudes baseadas em engenharia social.
•Práticas de Segurança de Senhas: O uso de autenticação multifator pode evitar até 99,9% dos ataques automatizados.
•Proteção e Manutenção de Sistemas: Manter software e antivírus atualizados para corrigir vulnerabilidades. Segundo a Gartner, 60% das violações cibernéticas ocorrem devido à falta de atualizações em softwares.
•Proteção de Dados: Com o aumento das regulamentações de privacidade, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), proteger informações pessoais tornou-se não apenas uma questão de segurança, mas também uma necessidade legal.
Por que a Alfabetização Digital é Crucial para as Empresas?
Redução de Riscos e Custos
Ataques cibernéticos podem resultar em perdas financeiras significativas. Segundo um estudo da IBM Security, o custo médio de uma violação de dados em 2023 foi de US$ 4,45 milhões. Ao educar os funcionários para que reconheçam ameaças e ajam com cautela, as empresas podem evitar ataques e reduzir significativamente esses custos.
Cumprimento de Regulamentações e Normas
Com a adoção de regulamentações de privacidade, como a LGPD e o GDPR, as empresas estão sob pressão para proteger os dados de seus clientes e colaboradores. Em 2020, a CNIL, órgão regulador francês, multou o Google em 50 milhões de euros por não seguir adequadamente as regras de proteção de dados. A alfabetização digital ajuda as empresas a estarem em conformidade com essas regulamentações e evitar multas onerosas.
Mitigação de Erros Humanos
Conforme relatado pela Verizon, os erros humanos são responsáveis por mais de 80% das violações de dados. Por isso, treinar funcionários para serem mais conscientes e vigilantes com relação às ameaças digitais pode reduzir drasticamente o risco de incidentes.
Criação de uma Cultura de Segurança
Ao promover a alfabetização digital em toda a empresa, cria-se uma cultura de segurança que vai além das equipes de TI. De acordo com um estudo da ISACA, organizações que implementam programas de conscientização em segurança digital são mais resistentes a ataques, pois seus funcionários adotam práticas seguras em todos os níveis.
Apoio ao Crescimento e Inovação
Empresas que investem em segurança cibernética podem adotar novas tecnologias sem medo de comprometer seus sistemas. Com uma equipe bem treinada, as organizações podem explorar novos mercados e serviços com maior confiança. Um estudo da Deloitte mostra que empresas com uma forte cultura de ciber segurança são 30% mais propensas a experimentar inovações digitais com sucesso.
Para implementar a alfabetização digital em segurança cibernética de forma eficaz, as empresas podem adotar as seguintes estratégias:
•Treinamentos Periódicos: Sessões regulares que ensinem os funcionários a identificar novas ameaças e usar ferramentas de segurança de forma eficaz.
•Simulações de Ataques: Realizar simulações de phishing para treinar os colaboradores a reconhecer tentativas de ataques. Segundo o Relatório da KnowBe4, empresas que realizam essas simulações veem uma redução de 37% nas taxas de cliques em links maliciosos.
•Políticas Claras: Desenvolver e comunicar políticas de segurança internas que sejam fáceis de seguir e compreensíveis para todos os funcionários.
Embora a alfabetização digital seja fundamental para mitigar os riscos de segurança cibernética, a abordagem didática adotada ao longo do processo de treinamento tem um papel crucial para garantir a eficácia desses programas.
Investir na educação dos funcionários sem considerar o método de ensino pode resultar em treinamento superficial e de baixo impacto, enquanto uma abordagem estruturada e interativa pode aumentar significativamente a compreensão e retenção de conceitos.
Metodologias Ativas de Ensino
Estudos mostram que o aprendizado é mais eficaz quando os funcionários estão engajados de forma ativa. Isso pode incluir analogias e ilustrações, simulações de ataques cibernéticos, dinâmicas de grupo ou jogos interativos que permitam aos colaboradores aplicar imediatamente o que aprenderam. Segundo a KnowBe4, empresas que implementam simulações de phishing registram uma redução de 37% nas taxas de cliques em links maliciosos.
Adequação ao Público
É importante que o conteúdo do treinamento esteja alinhado ao nível de conhecimento técnico dos funcionários. Uma abordagem muito técnica pode alienar aqueles com menos experiência digital, enquanto uma abordagem simplista pode ser insuficiente para os mais experientes.
Treinamentos personalizados e divididos por níveis de experiência garantem que todos os funcionários, do suporte ao executivo, estejam devidamente preparados para reconhecer e mitigar ameaças cibernéticas.
Aprendizado Contínuo
A segurança cibernética é um campo dinâmico, e as ameaças estão sempre evoluindo. Portanto, o treinamento deve ser contínuo, com atualizações frequentes e oportunidades de reciclagem para todos os funcionários. Um estudo da ISACA mostrou que empresas que implementam programas de educação continuada em cibersegurança são mais eficazes na prevenção de ataques.
Feedback Constante
Fornecer feedback imediato após simulações ou exercícios práticos é fundamental para melhorar a compreensão e garantir que os funcionários corrijam rapidamente seus erros. Isso pode ser feito por meio de relatórios personalizados ou sessões de revisão em grupo, o que aumenta o envolvimento e o aprendizado.
Cultura de Aprendizado
Uma abordagem didática eficaz cria uma cultura de aprendizado dentro da empresa, onde a segurança cibernética é entendida como uma responsabilidade coletiva. Quando os funcionários veem a educação digital como parte de sua rotina, tornam-se proativos em identificar riscos e adotar melhores práticas de segurança.
A alfabetização digital em segurança cibernética é mais do que uma medida preventiva; é um investimento estratégico que protege as empresas contra perdas financeiras, violações de dados e danos à reputação.
Ao educar os funcionários e criar uma cultura de segurança, as organizações não apenas se protegem de ameaças, mas também fortalecem sua capacidade de inovar com confiança no mundo digital.
Em um cenário em que os ataques cibernéticos se tornam cada vez mais sofisticados, a alfabetização digital não é apenas desejável, mas essencial.
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REFERÊNCIAS:
1. Fórum Econômico Mundial. “Global Risks Report 2022”. Disponível em: https://www.weforum.org/reports/global-risks-report-2022.
2. Cybersecurity Ventures. “Cybercrime to Cost the World $10.5 Trillion Annually by 2025”. Disponível em: https://cybersecurityventures.com/cybercrime-damage-costs-10-trillion-by-2025/.
3. Verizon. “2022 Data Breach Investigations Report”. Disponível em: https://www.verizon.com/business/resources/reports/dbir/.
4. McAfee. “Reducing Risk Through Cybersecurity Training”. Disponível em: https://www.mcafee.com/enterprise/en-us/security-awareness.html.
5. Microsoft. “How Multi-Factor Authentication Prevents 99.9% of Account Compromises”. Disponível em: https://www.microsoft.com/en-us/security/blog/2019/08/20/passwordless-mfa-report/.
6. Gartner. “60% of Digital Businesses Will Suffer Major Service Failures”. Disponível em: https://www.gartner.com/en/newsroom/press-releases.
7. IBM Security. “Cost of a Data Breach Report 2023”. Disponível em: https://www.ibm.com/security/data-breach.
8. CNIL. “CNIL Fines Google for Breaching GDPR”. Disponível em: https://www.cnil.fr/en/cnil-fines-google-eu50-million-gdpr-violations.
9. ISACA. “State of Cybersecurity 2022”. Disponível em: https://www.isaca.org/go/state-of-cybersecurity.
10. Deloitte. “The Future of Cybersecurity Innovation”. Disponível em: https://www2.deloitte.com.
11. KnowBe4. “2023 Phishing Industry Benchmarking Report”. Disponível em: https://www.knowbe4.com/resources.